quinta-feira, 26 de setembro de 2013

BOA TARDE

OBSERVA OS FRUTOS


Sempre que te venha qualquer dúvida quanto à utilidade das faculdades mediúnicas de que sejas portador, em vez de atentares para a copa da frondosa árvore dos fenômenos que se produzem por teu intermédio, atenta para a natureza dos frutos que te pendem dos galhos.

A árvore que apenas se cobre de flores pode ser um belo espetáculo para os olhos, mas somente a que produz bons frutos e os entende, generosa, a quem passa, é indispensável ao pomar da Vida.


Muita paz

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

PRIMEIRO ENCONTRO DE LÉON DENIS COM ALAN KARDEC

Primeiro Encontro de Léon Denis com Allan Kardec
 

  Havia apenas três anos que Léon Denis se iniciara no Espiritismo quando, em 1867, Allan Kardec aceitou um convite para pronunciar uma conferência em Tours. Léon Denis teve então a oportunidade de se entrevistar com o Codificador na quinta de Leandre Rebondin, que hospedava o casal Rivail, conforme descreve o próprio Denis:
  Alugáramos para recebê-lo e ouvi-lo, uma sala na Rua Paul Louis Courrier e pedíramos a necessária autorização à Prefeitura, pois, durante o Império, uma severa lei proibia qualquer reunião de mais de vinte pessoas. Acontece que no momento fixado para essa assembleia fomos informados de que o nosso pedido fora indeferido. Encarregaram-me então de permanecer no local a fim de avisar os convidados de que deviam dirigir-se a Spirito-Villa, a casa do senhor Rebondin, na Rua Sentier, onde a reunião se iria realizar no jardim. Éramos aproximadamente trezentos ouvintes, em pé, apertados de encontro às arvores. Sob a claridade das estrelas, a voz doce e grave de Allan Kardec fazia-se ouvir; podia-se ver a sua fisionomia, iluminada por uma pequena lâmpada colocada sobre uma mesa no centro do jardim, proporcionando um aspecto fantástico. Foram-lhe postas várias perguntas e ele respondia com bondade, sorridente... As flores do senhor Rebondin ficaram destruídas, mas o importante foi o sucesso daquela noite... Lembrança perpétua e indelével. Falou-nos sobre a obsessão e várias questões lhe foram postas, às quais respondeu sempre bondosamente. Terminada a reunião, todos levaram inefáveis recordações desse memorável encontro.
  No dia seguinte, voltei a Spirito-Villa, a fim de visitar o Mestre; encontrei-o trepado numa escada, ao pé de uma grande cerejeira, apanhando os frutos que deitava a madame Allan Kardec. Uma cena bucólica que o distraía das suas graves preocupações. Seu artigo “História do Desenvolvimento do Espiritismo em Tours”, Denis completa a informação dos seus contatos com o mestre de Lyon: Eu vi-o mais duas vezes depois da sua viagem a Tours: na sua residência na Rua Saint Anne, em Paris, e pela última vez em Bonneval, na quinta Petit Bois, onde os espíritas do Eure-et-Loire e Loire-et-Cher estavam reunidos para ouvir os seus discursos e confraternizarem. No ano seguinte, em 1869, morria ele subitamente pela ruptura de um aneurisma.
  A Rua Sentier, em Spirito-Villa, tornou-se um lugar importante e histórico para o Espiritismo, pois foi onde aconteceu à primeira conferência espírita à luz das estrelas, e onde se deu o primeiro dos três encontros que Léon Denis teve com Allan Kardec.
  Esta importância histórica levou-nos a conhecer o local no ano 2000. O que era uma quinta, em cujo jardim puderam instalar-se 300 pessoas, conforme relata Denis, foi dividida em lotes ainda naquela época, e hoje abriga casas centenárias muito bem cuidadas pelos seus moradores. Uma pequena rua só para peões dá entrada a Spirito-Villa, a qual percorremos emocionados. Escolhemos uma casa com um vasto jardim, que imaginamos ser uma parte daquele pisado por Allan Kardec para a sua conferência e, com um pouco de receio, tocamos a campainha. Um jovem atendeu e, falando em inglês, pedimos para fotografar o jardim da sua casa, já que éramos pesquisadores e escritores brasileiros e ali, há mais de 130 anos, dera-se um acontecimento muito importante para nós. Confessamos que tínhamos receio de sermos mal recebidos, perante a inusitada história contada. Porém, para surpresa nossa, o jovem André, muito gentil, franqueou-nos a entrada e foi chamar a sua simpática avó, Madame Madeleine Renaud que, além da sua amizade, nos ofereceu uma cópia dos documentos da propriedade, datados de 1840 e autenticados com o selo em branco de Napoleão. Não há dúvida que um documento como este pode não representar quase nada para a história do Espiritismo, mas a fidalguia e a amizade com que aquela família de Tours nos recebeu e confiou nos motivos pelos quais dois desconhecidos, que não falavam a sua língua, lhes bateram à porta, foi quase tão emocionante como pisarmos aquela terra em que sabíamos que dois gigantes do pensamento humano tinham deixado as suas marcas há mais de cem anos. Foi, pois, com os olhos nublados e a recordar a descrição de Léon Denis do seu encontro com o mestre, que passamos alguns minutos naquele jardim, fazendo uma sentida prece e tentando transportar a nossa mente para o distante ano de 1868, para ouvir os ecos das palavras do mestre sob a luz da lamparina e tendo por teto a abóbada celeste. Parecia que a terra ainda guardava a doçura das cerejas caídas aos pés de Amélie Boudet e que o farfalhar das folhas secas, denunciando a chegada do jovem Léon Denis atrasado para o início da reunião, ainda era ouvido pela nossa fantasista audição. E o mesmo sentimento bucólico que Denis viu naquela cena, ele no-lo emprestou, e a nossa imaginação voou alto, muito alto...
  Aos privilegiados trezentos ouvintes daquela memorável conferência, somara-se mais um...


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terça-feira, 24 de setembro de 2013

A ORIGEM DOS ESPIRITOS


Sobre a origem dos espíritos é algo muito além da nossa capacidade. Na verdade, o que a maioria absoluta de nós podemos fazer é especular, raciocinar e intuir algo a respeito da nossa origem e de Deus. 

  Acredito que somente alguns seres que encarnaram na Terra tiveram um alto nível de consciência espiritual para entender com mais clareza a respeito de Deus e da origem dos espíritos. Uns ficaram no anonimato; outros tornaram-se ícones para a humanidade. Mas, o certo é que esta questão, assim como outras, deve ficar em aberto.

  Kardec abordou este tema em O Livro dos Espíritos, no primeiro capítulo do livro segundo e, como ele sempre deixou claro, temos que usar nossa fé raciocinada. Na verdade, existem questões que precisam mais do que raciocínio. Precisam ser intuídas, sentidas, vivenciadas...

  Quando estudamos uma obra, temos que ser, acima de tudo, céticos, "olharmos à distância", examinarmos antes de aceitar ou negar algo. E mesmo ao negar ou aceitar, mantermos a mente aberta, deixando espaço para as dúvidas ou outras respostas possíveis. Na verdade, acho que é muito difícil termos certeza absoluta de algo...

  Além desta postura, ao estudarmos uma obra, também devemos seguir um método básico, sem o qual o nosso entendimento será prejudicado. Resumo este método básico em:



1 – Analisar e levar em conta o contexto cultural da época em que a obra foi escrita;

2 – Buscar entender as influências culturais que o autor sofreu;

3 – A quem (público alvo) o autor escreve;

4 – A visão/entendimento do autor do assunto tratado;

5 – Somente depois colocar nossa opinião a respeito.



  Além disso, levarmos em conta os possíveis erros de tradução, muito comuns até mesmo nas obras da codificação.



A influência cristã

  Allan Kardec recomenda, em seu Catálogo Racional para se montar uma biblioteca espírita, o Baghavad Gita, um dos clássicos do hinduísmo. Inclusive, os espíritos orientam o codificador, na questão 628, a não negligenciar nenhum sistema filosófico antigo, nenhuma religião, pois todos possuem germes de grandes verdades, ainda que pareçam contraditórios e estejam esparsos. Ou seja: nada de preconceito. Então, por que o foco esteve no Cristianismo? Arrisco duas explicações: Primeiro porque os próprios espíritos que se manifestaram e coordenaram o trabalho de Kardec possuíam laços estreitos com o Cristianismo, em sua vertente católica. Quando se propõe que o Espiritismo seja a “Terceira Revelação”, demarca-se um processo histórico que começou no judaísmo, com Moisés, passou por Jesus e teria na codificação espírita seu terceiro momento. Essa linhagem espiritual ainda continua nos dias de hoje. Muitos espíritos e médiuns espíritas, que realizaram e ainda realizam um trabalho inestimável para a doutrina, ainda apresentam resquícios da mentalidade católica. Portanto, é preciso, ao se estudar uma obra, saber identificar esses traços culturais.

  Em segundo lugar, devemos lembrar que na Europa do século XIX quase nada se sabia sobre budismo, hinduísmo, taoísmo, etc. Então, era natural que Kardec se apoiasse no evangelho de Jesus e não no Baghavad Gita para estruturar a base moral da doutrina, que no Brasil foi transformada em religião.



Deus e os espíritos

  Os espíritos da codificação afirmam existir dois elementos constitutivos do universo: espírito e matéria. Neste caso, Kardec usa o termo “espírito” como sinônimo de um elemento inteligente universal, o princípio inteligente. Já a matéria, com suas diferentes combinações químicas, até mesmo o princípio vital, que dá vida a todos os seres que o absorvem e assimilam, teria sua fonte na matéria universal modificada, no fluido universal.

  Na questão 27 de O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta se haveria, assim, dois elementos gerais do universo: a matéria e o espírito. Os espíritos responderam: “Sim, e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas; essas três coisas são o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas, ao elemento material é preciso juntar o fluido universal, que desempenha papel intermediário entre espírito e a matéria propriamente dita, muito grosseira para que o espírito possa ter uma ação sobre ela. (...)”. A ideia de uma trindade universal também está presente na doutrinas católica, protestante, hindu, entre outras.

  A questão 77 afirma que os espíritos são obra de Deus, como uma máquina é obra do homem e não ele mesmo. Mas – pergunto eu – se Deus está acima de tudo, se é Infinito, Todo-poderoso... Como pode existir algo que não seja Ele? Sim, porque se a máquina não é o homem, de acordo com a comparação feita, nós não somos Deus... É possível algo não ser Deus? Se isso for possível, Deus passa a ter limites, deixa de ser ilimitado e perde um de seus atributos.

  Quando Kardec pergunta se os espíritos tiveram princípio ou existem, como Deus, de toda a eternidade, os espíritos respondem: “Se os espíritos não tivessem tido princípio, seriam iguais a Deus, ao passo que eles são sua criação e submetidos à sua vontade. Deus existe de toda a eternidade e isto é incontestável; mas saber quando e como nos criou, não o sabemos.” Novamente é reforçada a ideia de que somos criação de Deus, mas não somos Deus. Inclusive, o conceito é um tanto antropomórfico, apresentando um Deus “que cria e submete os seres à sua vontade”. Resquício cultural? Enfim... Antes, na questão 21, os espíritos da codificação reconhecem que não sabem se a matéria existe desde o princípio, como Deus, ou foi criada por ele em determinado momento.

  Depois, a questão 79 diz que os espíritos são individualizações do princípio inteligente, como os corpos são individualizações do princípio material, mas como ocorreu este processo de individualização é desconhecido. Atenção: a ideia de princípio, aqui, é de origem, matriz, base ou substrato para a existência. O que é estranho, nisso tudo, é que os espíritos que orientaram Kardec não sabem se a matéria existe desde toda a eternidade, não conhecem nossa origem, não sabem como ocorreu o processo de individualização dos espíritos em relação ao princípio inteligente, mas, afirmam com toda a certeza que os espíritos foram criados por Deus, mas não são ele, apesar de serem imortais.



Criados, mas imortais?

  Kardec também achou estranho que algo que teve começo (o espírito) possa não ter fim (questão 83). Pra mim, a solução temporária para este enigma está na própria pergunta de Kardec, que é mais importante que a resposta obtida. Vejamos a questão 83 na íntegra: “Os Espíritos têm fim? Compreende-se que o princípio de onde eles emanam seja eterno, mas, o que pergunto é se sua individualidade tem um termo e se, num tempo dado, mais ou menos longo, o elemento de que são formados não se dissemina e não retorna à massa donde saiu como ocorre com os corpos materiais. É difícil de se conceber-se que uma coisa que teve começo possa não ter fim”. Pelo exposto, somos emanações de um princípio espiritual eterno – incriado e infinito –, portanto, nossa essência espiritual nunca foi criada, nem teve começo. Existe de todo o sempre. Conforme o conceito espírita, Deus e o princípio espiritual existem de toda a eternidade, ou seja, até mesmo antes do Big Bang; a matéria é que eles não souberam definir se existe desde toda a eternidade. Pela Ciência atual, sabemos que não (a codificação é anterior à Einsten e à teoria do Big Bang).

  Portanto, o que teve princípio não é nossa essência espiritual, mas, nosso processo de individualização, que deve ter ocorrido, pela lógica, depois do Big Bang. Então, existe algo em nós que não tem fim, é imortal, e que também não teve começo, nunca foi criado: é o princípio inteligente. O espírito, que é uma individualização dele, sim, teve início, ou melhor dizendo, iniciou um processo de individualização. E se o princípio inteligente está em Deus, nós também estamos – e por que não – somos Deus!



Muita paz


domingo, 22 de setembro de 2013

ALCOOLISMO



Não admitas bebidas alcoólicas em tua casa e, mesmo nas recepções festivas que ofereças, não faças concessão a elas.
O álcool entorpece as faculdades e compromete o aprendizado o aprendizado do espírito.
Se algum de teus familiares é dado a beber em excesso, sem o intuito de pregar moralismo, busca auxiliá-lo a se libertar do vício.
O álcool, mais que as drogas, é responsável pela destruição de muitos lares e são incontáveis os dramas cármicos que engendra na Terra.
A pretexto de descontração e alegria, não tomes o primeiro gole.
A obsessão persistente se prevalece de diminuta fresta de invigilância para se instalar.
No entanto, se bebes, jamais o faça diante dos teus menores, para que não venhas, mais tarde, a te arrepender do que lhes ensinaste.
As crianças tendem a repetir a que observam nos adultos.
Na maioria das vezes, o alcoólatra é um espírito frágil evitando o confronto consigo mesmo.
E quem bebe quase sempre torna-se mais retraído no bem e mais ousado no mal.

Muita paz

sábado, 21 de setembro de 2013

PASSIVIDADE EXCESSIVA



Aspirando contar com o auxilio dos Espíritos Amigos no aprimoramento de tuas possibilidades mediúnicas incipientes, não te apassives tanto a ponto de te assemelhares a uma máquina que possa ser acionada através de controle remoto.
Qualquer distância entre duas pessoas sempre se encurta mais depressa, quando as duas tomam, ao mesmo tempo, a iniciativa de caminhar uma ao encontro da outra.
Pense nisso, pois és médium, e a qualquer momento estarás trabalhando no bem do próximo.

Feliz final de semana

Muita paz